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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

QUALIDADES DO ORIXÁ OGUN

Ògún Meje – É o mais velho de todos, a raiz dos outros, Ògún completo, velho solteirão rabujento. É o aspecto do orixá que lembra a sua realização em conquistar a sétima
aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar o seu filho Adahunsi.

Ògún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido – Um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um dos seus mitos liga-o a Oxaguiã e Ìyemonjá quanto a sua origem e como ele ajudou Oxalá em seu reino fazendo ambos um trato. É um Ògún, como indica o seu nome, particularmente combativo. Tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha Ogúnté.
Ògún Ajàká - É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, sanguinário, que em princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Òyó e irmão de Xàngó. Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.
Ògún Xoroke ou Ògún Soroke – Apenas um apelido que Ògún ganhou devido à sua condição extrovertida; soro = falar, ke= mais alto. Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se com Exú, agitado, instável, suscetível e manhoso.
Ògún Meme - Veste-se igualmente de verde e usa contas verdes, como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente.
Ògún Wori – (Warri, ou wori: Yorübá) – É um Ògún perigoso, dado da feitiçaria, ligado ao màriwò, aos antepassados.; Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário o espírito dogmático.Ògún Lebede (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de Ògún Akoro. Representam um tipo mais velho de Ògún, trabalhadores conscienciosos, severos, que “não brincam em serviço”, ciente de seus deveres como de seus direitos, exigente e rabujento.
Ògún Akoró – É o irmão de Oxóssi, ligado à floresta, qualidade benéfica de Ògún invocada no pàdé. Filho de Ogúnté, Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor, cheio de iniciativa, protector seguro, amigo fiel, e muito ligado à mãe.Ògún OniréÉ o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia., o dono de Iré, primeiro filho de Odúduwà. Oniré é um Ògún antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo é o cortador de cabeças, ligado à morte e aos antepassados; orgulhoso, muito impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.Ògún OlodeEpíteto do orixá destacando a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, e é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha ao de Oxóssi.
Ògún Popo - Seria o nome de Ògún quando foi à terra dos Jeje, é um tipo fanático.
Ogun Waris: Nessa condição o orixá apresenta-se muitas vezes com forças
destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele aborrece-se. Um dos seus mitos narra que ele ficou momentaneamente cego.

Ògún Masa - Um dos nomes bastante comuns do orixá, segundo os antigos é um aspecto benéfico do orixá quando assim se apresenta.
Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes.

OGÁN

OGÁN
 
Nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de Candomblé.
Ogan Apontado, pessoa apontada como possível candidato a Ogán. Equivalente ao Ogán suspenso.
Ogan Suspenso, pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogán, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogáns da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogán.
A importância dos ogáns nos rituais religiosos de candomblé. Começaremos deixando bem claro que os ogáns nao são concorrentes dos babalorixás e sim aliados fieis.
São pessoas que não têm a capacidade de incorporarem o Òrìxà, ainda assim, são filhos de muita fé, sem em nenhum momento duvidar da existência dos orixás pelo fato de não sentirem o êxtase do transe mediunico. Foram escolhidos pelos orixás para seus filhos e, como tal, eles devem apresentar-se numa casa de Òrìsà.
Uma vez aceitos e devidamente entronizados na casa com seus devidos cargos (oyes), eles devem enquadrar-se antes de tudo como um filho do Òrìxà, atendendo também aos critérios e normas que cada casa de axé impõe aos seus filhos no regimento interno, depois é que vêm as prerrogativas e "status " do Ogán .

São suspensos e depois confirmados, receberão todas as obrigações necessárias, para o exercício de suas atribuições dentro de seus respectivos ilés.
Ocupam vários cargos da casa de Òrìxà. Os mais conhecidos são.
ONÍÌLU, tocadores de atabaques.
ALAGBÈ, o chefe dos tocadores de atabaques, é o Ogan responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados Atabaques. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar no terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens..

AXÒGÚN, é um sacerdote, um dos cargos mais importantes e de muita responsabilidade, ele é um especilista no que faz, é o Ogan encarregado do sacrifício dos animais votivos nas cerimônias do Candomblé Ketu.
Deve ser pessoa de absoluta confiança do lider religioso, precisa ter boa memória, saber as técnicas complexas para a execução de suas tarefas, não pode cometer nenhum erro.
Dependendo do prestígio do Axogun, poderá ser convidado por outros sacerdotes de outras casas para exercer suas funções em caso de grandes obrigações.
AFICODE, que deve referencia ao quarto de oxossi chefe do Aramefa
(quadro de ogans do quarto de oxossi composto por seis ogans)
PEJIGÁN, O responsavel pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia, zela e guarda o PEJI.
LEHIN, responsável pela manutenção dos quartos de oxossi e ogun.
BABA MOROTONAN, responsável por tudo que envolver o quarto de omolu etc.
Oportunamente falaremos de cada um deles e de outros que não foram citados, para que nós, nos familiarizemos com nossos queridos irmãos ogáns.
Obs. Na falta de um ogán, ou se desejo for do babalorixá, ele esta autorizado a dar continuidade e fazer ele mesmo os sacrifícios dos rituais, outrem feitos pelos ogans.

Ogan (do iorubá -ga: "pessoa superior, chefe", com possível influência do jeje ogã "chefe, dirigente") é o nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de Candomblé. É o sacerdote escolhido pelo orixá para estar lúcido durante todos os trabalhos. Ele não entra em transe, mas mesmo assim não deixa de ter a intuição espiritual.


Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o Rumpi e o Lê.

Índice

  • 1 Candomblé Jeje
  • 2 Candomblé Ketu
  • 3 Candomblé Bantu
 

 Candomblé Jeje

Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados:
Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. O mais velho de todos os ogans geralmente mais sábio. Tem a função de cuidar do Peji, altar dos santos e zelar pelo assentamentos dos filhos da casa.
O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.
Axogun - É um ogan de suma importância no Candomblé, é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, é um especialista no que faz.

 Candomblé Ketu

Alagbê - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão, dominante do atabaque Rum, que através dele o Orixá fará sua dança e com isso comandando os atabaques Rumpi e Lê.
Ogan gibonã - Zelador da casa de exu, outro ogan de suma importância, pois seus conhecimento ajudam na firmeza da casa.
Ogan Apontado - Pessoa apontada como possível candidato a Ogan. Equivalente ao Ogan suspenso.
Ogan Suspenso - Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogan, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogans da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogan.
Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.

 Candomblé Bantu

      • Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
      • Kambondos - Ogãs.
      • Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
      • Tata Kivanda ou Tata Pocó - Ogã responsável pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
      • Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas sagradas e cabaças.
      • Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de exú (de preferência um homem; as mulheres não devem exercer essa função, uma vez que mestruam, só o podendo fazer após a menopausa).
      • Xicarangoma - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.
       

      O ogan também tem um papel fundamental, em questão dos rituais e também para invocar a entidade, pois o Ogan é o que toca para o santo (seja orixá, preto velho, caboclo, exu,  eré, pombogira, boiadeiro etc.) o ogan depois do pai de santo, babalorixá e o sacerdote, é o mais próximo entre as entidades, pois o contato que o ogan faz é através do atabaque, também podendo dizer "toque para o santo". O ogan tem que gostar do que faz, pois não é só pegar um atabaque e repicar o couro, pois ao tocar, o ogan entra em contato direto com a entidade, invocando-a no corpo do medium ao cantar. Para consagrar um ogan do terreiro ou abaça, é feito um ritual sagrado, onde deita o atabaque e o ogan, consagrando ele como o que para o santo. Normalmente é raro ter um terreiro que não tenha um ogan. "- Gosto do que faço, quando toco para o santo, vem uma paz enorme em mim, sinto meu corpo leve e uma alegria ao ver o orixá na terra dançando através do toque." Diz um ogan de um dos abaças de keto. A responsabilidade é muito grande para um ogan, por isso não é bom vacilar ou como diz rebelar contra a entidade, podendo gerar consequencias graves, pois o santo cobra em cima daquele filho rebelado ou seja revoltado. 

           





          Atabaque (candomblé)

          Atabaque (candomblé)

           
           
          
          
           
          Origem:



              

          O atabaque é um instrumento musical que chegou ao Brasil através dos escravos africanos, é usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás, Nkisis e Voduns.

          Atabaque
           
          O atabaque é feito em madeira e aros de ferro que sustentam o couro. Nos terreiros de candomblé, os três atabaques utilizados são chamados de "rum", "rumpi" e "le". O rum, o maior de todos, possui o registro grave; o do meio, rumpi, em o registro médio; o , o menor, possui o registro agudo. O trio de atabaques executa, ao longo do xirê, uma série de toques que devem estar de acordo com os orixás que vão sendo evocados em cada momento da festa. Para auxiliar os tambores, utiliza-se um agogô; em algumas casas tocam-se também cabaça e afoxés.
          Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos blocos de afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
          Os atabaques são encourados com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados, o couro que veio da loja geralmente é descartado, o cilindro de madeira só depois de passar pelos rituais é que poderá ser usado no terreiro.
          O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
          Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no rum que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o rumpi e o le.

          Os atabaques são chamados de Ilubatá ou Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram também os nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de serem denominação Jeje.
          Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.
          O som do atabaque é o mesmo tam-tam de todos os povos primitivos do mundo. Consiste numa pele seca de animal esticada sobre a extremidade de um cilindro oco.
          Tempos atraz, havia várias espécies de atabaques como eram chamados na época: pequenos Batá, grandes Ilú e os atabaques de guerra, bàtá koto, que desempenharam grande papél nos levantes de escravos, na Bahia no começo do século XIX, o que determinou a proibição expressa de sua importação desde 1835.
           
          • 1 Bahia
          • 2 Maranhão
          • 3 Pernambuco
          • 4 Rio de Janeiro
          • 5 Rio Grande do Sul
          • 6 Toque

           Bahia

           
          Descreve que "os atabaques sempre foram alvo da polícia baiana e estavam terminantemente proibidos durante o Estado Novo. Para tocar os instrumentos, somente na clandestinidade, já que a Delegacia de Jogos e Costumes não costumava dar sopa. Mas um encontro nos bastidores mudaria essa história. Aproveitando uma viagem ao Rio de Janeiro, mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé do Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, usou de sua influência e conseguiu uma audiência com o presidente Getúlio Vargas. Ela só queria cultuar a religião dos seus antepassados e Getúlio não teria como resistir ao pedido legítimo de uma criatura tão doce. O encontro de Aninha com o presidente do Brasil resultaria no Decreto 1.202, que permitiu o uso dos atabaques nos terreiros. O acontecimento é considerado um passo importante para a liberação definitiva do controle policial sobre os candomblés, o que só ocorreu em 1976, no governo de Roberto Santos. Na ocasião, a notícia foi recebida com entusiasmo pelo povo de santo da Bahia, em plena festa da Lavagem do Bonfim.

           Maranhão

           
          No Maranhão se toca tambor nas casas de Tambor de Mina, os batás ou abatás são tambores horizontais feitos de madeira, compensado ou zinco, encourados com pele nas duas extremidades, apoiados sobre um cavalete de madeira, afinados por torniquete e tocados com as mãos. Seus tocadores são chamados de batazeiros ou abatazeiros.
          No Jeje-Mina, na Casa das Minas os toques são realizados por três tambores com couro numa só boca (hum, humpli e gumpli), batidos com a mão e com aguidaví. São também acompanhados pelo ferro () e por cabaças pequenas revestidas de contas coloridas.

           Pernambuco

           

           
          No Recife os tambores são denominados de ilus usados no Xambá e alfaias que são usados nos Maracatus do Xangô do Recife usam pequenos tambores de barril, com couro nas duas extremidades, são tocados com birros o nome que recebe as baquetas de madeira.
          Na Nação Xambá, o Terreiro Santa Bárbara localizado em Portão do Gelo em Olinda, PE, seus atabaques são chamados Ilu.
          O ritmo do Maranhão é diferente do de Pernambuco, e o de Pernambuco é similar ao tocado na Bahia. A diferença está nos instrumentos.

          Rio de Janeiro

          O Caxambu é o tambor cerimonial maior ou principal utilizado na manifestação cultural afro-brasileira denominada Jongo. O Candomblé de caboclo que é uma mistura de candomblé e umbanda, tanto toca cantigas de várias nações como pontos e rezas.

          Rio Grande do Sul

          Batuque6.jpg
          Batuque9.jpg
          No Batuque os tambores ou atabaques são um pouco diferentes do que é usado no Candomblé.
          Dos instrumentos da foto o maior (branco e vermelho) é chamado de Inhã e o tambor vermelho é o de uso tradicional da Nação Ijexá.
          Os outros dois instrumentos do centro são o Agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas), no Candomblé é chamado de Afoxé.
          Ao som dos tambores, as pessoas formam uma roda de dança em louvor aos Orixás, a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características.

          Toque

          É a percussão dos tambores ou Atabaque que varia de acordo com a nação do Candomblé. Essa percussão pode ser feita com as mãos ou com duas varetas de nome aguidavi, ou por vezes com uma mão e um aquidavi, dependendo do ritmo (toque) e do atabaque que está sendo tocado.
          "Dobrar os couros" - é um repique lento sequencial e cadenciado que é feito para homenagear visitas ilustres que estão chegando no terreiro, praticamente é o convite para a pessoa entrar. Durante a festa, quando chegam os convidados ou sacerdotes e ogans de outras casas, interrompe-se o toque que está sendo executado para os orixás e dobra-se os couros, após a entrada dos convidados o toque é retomado normalmente. Algumas casas de candomblé não usam dobrar os couros para as visitas, mas a maioria considera isso uma honra. Dobra-se os couros também em outras ocasiões, mas sempre para homenagear.
          O agogô, tocado para marcar o Candomblé, também de tradição Alaketo, chama-se GAN.
          As varetinhas usadas para tocar o Candomblé nos atabaque, chame-se AGUIDAVÍS.
          Dar RUN ao santo, significa colocar o Orixá na sala para dançar as cantigas e rezas que lhe são destinadas.
          Nas casas de candomblé bantu Angola e Congo, são tocados só com as mãos, e não se faz uso dos aguidavi.
          A palavra também pode ser usada como "toque de candomblé", referindo-se as festas públicas, ou "toque de orixá", com alguns exemplos:
           
          Nomes dos Toques dos Orixás
           
          • ALUJÁ - SHANGO
          • AGERÊ - OSHÓSSI
          • OPANIJÉ - OBALUAYIÊ e OMOLU
          • BRAVUN - OXALÁ e BESSÉN
          • IJESHÁ - OSHUN, LOGUN-ODÉ e OXALÁ
          • ILU - YASÁN
          • EGÓ - YASÁN
          • ADERÉ - YEMANJÁ
          • Hamunha ou Avamunha : Toque que serve para saída e recolhimento de filhos e orixás.
          • Adarrum ou Adahun : Toque que serve para chamar Voduns
          • Opanijé : Toque para o Orixá Obaluayê
          • Alujá : Toque para o Orixá Xangô
          • Batá : Toque para o Orixá Ogum
          • Ijexá : Toque para o Orixá Oxum
          • Ilú ou Ylú : Toque para o Orixá Oyá
          • Agueré : Toque para o Orixá Oxóssi
          • Igbin : Toque para o Orixá Oxalá
          • Batá : Toque para o Orixá Oxalá
          • Bravun : Toque para o Orixá Oxumarê
          • Sató : Toque para o Orixá Nanã
          • Barlavento ou Barravento : Toque de Angola e Congo
          • Congo de Ouro : Toque de Angola e Congo
          • Muzenza : Toque de Angola e Congo
          • Cabula : Toque de Angola e Congo

          Na roda de capoeira também é usada como jogo/toque para diferenciar o ritmo a ser tocado no berimbau e jogado pelos participantes.
           
          Para Consagrar e Dar de Comer aos Atabaques da Casa
          Depois de encourados, mande limpar os atabaques com o Omieró da casa. Feito isso, forra-se um Enim ( esteira ) no chão, forrada de branco e na cabeceira colocam-se as comidas dos santos a quem se dedica cada um dos atabaques, três velas, e coloca-se os atabaques ali deitados, cobertos de branco.

          Parte-se um Obi e joga-se para ver se foi aceito. Depois oboriza-se os atabaques e dá-lhes matança de bichos consagrados aos orixás a quem pertecem os atabaques. Em cima do atabaque, corta-se um pombo. Depois, quando suspendé-los para os seus lugares e os Ogans confirmados tocarão em Bravun , para que eles possam chamar os Orixás.
          Depois disso, só quem poderá colocar as mãos sobre elas, serão os Ogans e quando não estiverem tocando, deverão sempre estar cobertos de branco.
          Se o santo o qual o atabaque foi consagrado não levar dendê, nunca deixe que ninguém, sob pretexto algum, coloque dendê em cima do atabaque de sua casa de santo.

          domingo, 23 de setembro de 2012

          Quizilas – Preceitos Rituais

           
          No que diz respeito à relação entre tabus alimentares dos orixás e proibições impostas a seus filhos a partir dos mitos africanos, é compreensível que, devido à proibição de “comer do mesmo material de que a cabeça é feita”, não se deva usar alimento algum que constitui oferenda votiva do orixá dono da cabeça.
          O que mais chama a atenção é a universal proibição do sangue. “O sangue”, escreve “é um poderoso veículo do axé, que deverá restituir aos orixás a força que despendem neste mundo e à qual devemos a existência”. Na matança, sangra-se o animal até a última gota. É através do sangue que, na cerimónia de assentamento, se estabelece a ligação entre a cabeça do iniciado, partes do seu corpo, e a pedra na qual o orixá se faz presente. do mesmo modo que a água, fonte e origem da vida, é repetidamente vertida em todas as cerimónias propiciatórias e iniciáticas, por representar a fluida substancia de toda criação, o derramamento do sangue dos animais de dois ou quatro pés expressa a própria essência do sacrifício, pois junto com o sangue corre a vida. A água é origem, o sangue, circulação. As trocas reparadoras de axé incluem forçosamente, portanto, a realização do sacrifício. Nessa perspectiva, fica obvia a necessidade de proibir-se a ingestão de sangue (sob qualquer forma que seja, e nisso podemos incluir os miúdos, a fressura, sangue “compactado”por assim dizer) aos filhos de tudo quanto é orixá. É substancia por demais poderosa para ser ingerida em situações profanas.
          Filho de santo jamais pode comer o que o santo dele come? Ou pode? em que circunstâncias?
          Entre muitas, as respostas de S.M.E. são bastante esclarecedoras: “Tudo o que o orixá come faz bem ao filho, tanto que quando ele oferece a comida tem que comer junto, para que ele não se ofenda. Mas às vezes, fora do ilê orixá, é tabu“. Ou seja, o filho deve e não deve comer. Nessa informação, fica claro que a interdição está ligada à situação, ou melhor dizendo, parece que o próprio da proibição é delimitar dois espaços, rigorosamente separados, que o momento do ritual permite juntar, e até mesmo, tornar permeáveis. É pela mediação do ritual, repetido inúmeras vezes no decorrer do tempo, que se abre o espaço sagrado. Na vida cotidiana do filho de santo, é proibido desfrutar as mesmas comidas que alimentam o orixá. Se desobedecer, “faz mal”.
          Na casa do orixá, a ingestão de comidas votivas é não apenas permitida, mas sim obrigatória. É imprescindível participar do banquete sagrado. Se, naquele momento, o filho não comer do mesmo material de que sua cabeça é feita, o orixá oferecer-se-á. Ou, como já ouvi dizer, na hora da oferenda, “a gente precisa comer, que é para ele ver que não tem veneno”. esse comentário aparentemente jocoso é bastante elucidativo. Não é somente o ilê orixá, espaço sagrado e portanto preservado, que garante a não nocividade da comida de santo para o iniciado, é também o adepto que, por sua vez, se torna fiador, junto ao orixá, da excelência da comida que lhe é oferecida.
          Comer alimentos sagrados como bem sabiam os sacerdotes hebreus, é assegurar a sacralização do próprio corpo. No ilê orixá, o iniciado participa do banquete dos deuses, nutre-se do mesmo material de que é feita a sua cabeça, reforça a sua identidade como parente de determinada divindade. Fora do espaço sagrado, é-lhe proibido ingerir essas mesmas substâncias.
          Mas o seu corpo também é um espaço, que pelo cumprimento dos preceitos é constantemente mantido em condições de se tornar receptáculo da divindade. Por isso tem de abster-se de ingerir comidas rejeitadas pelo seu orixá, e até mesmo aproximar-se delas. Quebrar quizila, nessa perspectiva, é praticamente uma autodestruição. Faz mal. A pessoa adoece. Mas, ao mesmo tempo, pode-se aplicar à construção do corpo a mesma visão dialéctica que se foi afirmado com tanta nitidez em relação à construção do mundo. Aqui também a transgressão destrói e reforça limites, de modo realmente tangível, porque passam pelo corpo, e simbólico também, pois redundam na afirmação de identidade mítica.
           

          Quizilas dos orixás
           
          Quizila é tudo aquilo que o nosso orixá rejeita, por qualquer motivo peculiar, que por vezes desconhecemos.
          Algumas das principais quizilas conhecidas são:
           
          - Não passar atrás de corda de animal
          - Não deixar passar com fogo nas nossas costas
          - Não pagar nem receber dinheiro em jejum
          - Não passar embaixo de escadas
          - Não comer abóbora
          - Não comer peixe de pele
          ( só comer peixe de escamas )
          - Não comer carangueijos
          - Não comer siri
          - Não comer muçum ou arrai
          ( quizila de Oxun )
          - Não comer cajá
          - Não comer carambola
          ( pertence a Egun )
          - Não comer fruta-de-conde ou sapoti
          - Evitar abacaxi
          ( quizila de Omolu )
          - Evitar comer carne de porco ( quizila de Omulu )
          - Evitar manga-espada ( quizila de Ogun )
          - Evitar manga-rosa ( quizila de Yasán )
          - Evitar tangerina ( quizila de Oxóssi )
          - Não comer caça ( quizila de Oxóssi )
          - Não comer carne nas segundas e sexta-feiras
          - Usar roupa branca nas segundas e sextas-feiras
          - Evitar carne de pato
          ( quizila de Yemanjá )
          - Evitar carne de ganso ( quizila de Oshumarê )
          - Não comer carne de pombo ou galinha D'angola
          - Não ter em casa penas de pavão
          ( tiram a sorte )
          - Não varrer casa à noite
          - Evitar côco
          ( quizila de Oxóssi )
          - Evitar melancia ( quizila de Oxun )
          - Evitar fubá de milho ( quizila de Oxóssi )
          - Não pregar botão em roupa no corpo
          - Não usar roupas pretas ou vermelhas
          - Evitar cemitérios
          - Não comer a comida queimada do fundo das panelas
          - Evitar aipim ou mandioca
          ( pertencente a Egun )
          - Não comer bertália
          - Não comer taioba
          ( quizila de Anamburucu )
          - Não comer pepino
          - Não comer pepino
          - Não comer das folhas do jambo
          - Não comer jaca
          - Evitar ovos
          ( quizila de Oxun )
          - Não comer as pontas : cabeças, pés e asas de aves
          - Não jurar pelo santo, nem pedir mal aos outros
          - Nunca se fala cuscuzeiro nem cuscuz, para não revoltar
          Obaluayiê e Omulu fala-se agerê e bolo branco.

          - Filho de Oxóssi não come milho vermelho, nem milho verde.
          - Nunca misturar ori com epô.
          -Quando estiver em dúvida sobre uma qualidade de Orixá, não coloque azeite de dendê no Okutá do santo. Substitua o dendê pelo azeite de Oliva ( doce ), que pertence a Oxalá e pode ser usado por qualquer Orixá.
          - Evitar comer uva itália ( quijila de Ogun )
          - Evitar mostarda ( quizila de Anamburucu )
          - Oxalá tem quizila a todas as comidas preparadas no azeite de dendê, portanto os filhos de Oxalá não podem comer delas.
          - Não comer amoras e evitar passar embaixo do pé de amora ( pertence a Babá Egun ) Notas:
          - O povo de Keto não faz mal aos outros. O vingador, para todas as ocasiões, chama-se Bará Alaketo, que é o Exú que responde pelas injustiças que nos fizerem.
          - Os búzios para assentamento de Santo ( Orixá ) são sempre Abertos.
          - Nunca se faz um Santo sem dar presente à Osanyin.
          - Não se assenta Omulu sem se assentar Anamburucu.
          - Não se assenta Nanã sem assentar Omulu.
          - O pelepé em cima de talha é feito principalmente em casas de Angola.
          - Ifá é o Deus da adivinhação.
          - Costuma-se assentar Omulu e Obaluayiê sete dias antes da feitura.
          - Nunca se faz Ogún sem assentar Oxóssi.
          - Nunca se faz Oxóssi sem assentar Ogún.
          - Nunca se faz Oshún sem assentar Yemanjá.
          - O Bará e conferido e tratado três dias antes da feitura, quando se lhe dá comida.
          - Quando se faz Oxalá, se assenta Oshún e Yemanjá.
          - Sempre que recolher um Yawo , usa-se um pote para fazer o Omieró ou Abô do Santo que estiver recolhido.
          - Na terra de Keto não existe caboclo. Porém, no brasil o caboclo é um elemente nosso, ao qual respeitamos e admitimos como catiço e é tão respeitado como um Orixá.
          - Shangô costuma ser assentado seis dias antes de sua feitura.
           

          INICIAÇÃO DE SANTO

          Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber, a outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo, esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.
          A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem, salientando-se que todo o ritual da iniciação não é público. Salientando também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de odu ejé.
          Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação, se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

          Barco de Iaô

          A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.
          No caso do barco o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, quinto de Gamo, sexto de Gamutinho, sétimo de Vimo, Oitavo de Vimutinho, nono de Gremo, decimo Gremutinho, decimo primeiro de Caçula e daí por diante, essa sequência de nomes são usadas na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.
          Já houve barcos com quinze Iaôs que se tem notícia, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs, a maioria das casas recolhem no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros nesse caso será recolhido sozinho.
          Iniciação

          Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza que serão apurados no jogo de búzios, e tomando banhos com folhas sagradas e abô, ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento), próximo ao peji e será feita a primeira obrigação que é o bori, no final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.
          Em seguida começa a contar o período de 16 dias, aí tem início o longo aprendizado das rezas, costumes, práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas.
          Saída de Iaô
          Segunda saída de Iaô, pintura colorida. No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.
          Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.
          Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, do Babalorixá ou Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.
          A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.

          Momento mais esperado da iniciação (Orunkó)

          Orunkó. Hora do nome do Iaô candomblé. A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.
          A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.

          Ajeum ou Banquete

          Banquete no ritual de candomblé. Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas, patos, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, acaçá, acarajé, toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas nesse caso é servido o Aluá, nas casas que permitem é servido refrigerante e cerveja.
          Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes, dependendo das posses do iniciado poderá se contratar um Buffet para o banquete onde serão servidos aos convidados todos os requintes contratados.

          Seguimento da iniciação chamado Urupim.
          No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axexê, o Iaô cercado dos mais velhos, Iyaefun, Iyadagan, iyamorô, Iyabassê Iyakekerê e puxada pelo Babalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio coberto com pano branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inumeros objetos, comida ritual e o cabelo raspado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo povo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas não chega a ser uma festa pública, fechando um ciclo do rito de passagem de abiã "não nascido" para iaô "noviço ou recém nascido".
          Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a confirmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família.

          Ritual do Panã.
          O iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quartinha).
          Caída de kelê

          Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada "caída de quelê".
          É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.
          Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, beje, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.
          Obrigação de um e três anos

          Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo) temporário. como cortar cabelo, tomar banho mar e outros. Será feita a obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritual, frutas e flores.
          Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).
          Obrigação de sete anos (odu ejé)

          Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.
          A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.
          Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.
          Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.
          Odu ejé, orò odún kéje ou odum ejé são nomes pertinentes a obrigação de sete anos, que pode ocorrer a partir dos sete anos de feitura de santo de um elegun, iaô ou outro iniciado, desde que estes tenham pago suas obrigações de um (1) ano odú Kíní e três anos odú kétà.
          Esta obrigação é uma das mais significativas e impotantes na vida de um iniciado, pelo fato de marcar um novo ciclo, adquirindo posição ou statos na hierarquia familiar do candomblé, pois é um rito de passagem de iaô para ebonmi.
          Dependendo do espírito de iniciativa, liderança e aptidão, que esta pessoa tenha no ciclo de convivência do povo do santo, pode ser pronunciada a comunidade, pelo seu babalorixá ou iyalorixá a continuar no ile axé de iniciação, agora como sacerdote ou sacerdotisa, ocupando cargos como iamorô, iyalaxé, sarapembê, iyaefun etc. Ordinariamente se ouve dizer que "fulano de tal" recebeu o cargo na obrigação de sete anos.
          Neste sagrado ritual, o novo ebonme estará apto também a tornar-se um Babalorixá ou Iyalorixá para fundar o seu próprio ile axe, dependendo da confirmação no jogo de merindilogun consultado previamente. Daí a obrigação de odu ejé é programado e feito com outro ritual chamado de Oyê.

          Oyê, oyè ou ipò. (Deka) cargo de santo ou Àwon Ipò Òrìsà.
          Oyê, oyè ou ipò são nomes consernentes a um tipo de cargo especifico na cultura Jeje-Nagô, outorgado por um sacerdote do candomblé, babalorixá ou iyalorixá a um elegun, geralmente na obrigação ou depois do odu ejé. Igualmente chamado de Àwon Ipò Òrìsà e Deka no candomblé de angola .

          Complexidade

          Neste ritual complexo e exaustivo, tem início até mais de um ano retroativo, pois é necessário a construção de um ile axé com a preparação devida de onile, fundação de um peji e vários outros assentamentos de orixás, iniciação ritual dos atabaques, Agogô, adjáetc.





          Apetrechos

          Rumgebe. Afro brasileiro.candomblé.No dia propriamente dito da entrega do Oyê, um grande cabaça denominada de igbá, também chamada de cuia de axé é recheada com vários objetos sagrados, que o novo sacerdote vai utilizar durante muito tempo de sua vida sacerdotal, até mesmo na sua ultima obrigação chamada de axexê, contendo obi, orobô, aridan, ekodidé, navalha, faca, tesoura, efun, limo da costa e o importante fio de conta mais cobiçado do povo nagô o Humgebê.

          Desfecho

          Meridilogun. Sob o igbá encontra-se um opon merindilogun, "Peneira de palha" ornada com búzio e palha da costa, onde está depositado o mais precioso e poderoso instrumento de consulta aos Deuses africanos, chamado de merindilogun. A entrega da cuia de axé geralmente é feita no barracão na presença de todos presentes, logo em seguida o orixá do novo sacerdote responde, confirmando à aceitação, todavia o mesmo é submetido a teste de aprendizado tendo que jogar os búzios na presença dos sacerdotes mais velhos, inclusive de outros terreiros.

          Iniciação ou confirmação de Ogans e Ekedis.

          Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelador da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe.
          Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.
          Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.
          Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê.