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quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Iniciação em uma Casa de Candomblé Ketu

TUDO SOBRE O CANDOMBLÉ VITOR DE UMBARÁ É OMOJUBÁ MOTUMBÁ MEU PAI

Eu não sei fazer outra coisa a não ser viver pro SANTO MOTUMBÁ MEU PAI ...





O sacerdócio e organização dos ritos para o culto dos Orixá são complexos, com todo um aprendizado que administra os padrões culturais de transe, pelo qual os deuses se manifestam no corpo de seus iniciados durante as cerimônias para serem admirados, louvados, cultuados.
O ritual de iniciação no Candomblé, a feitura no santo, representa um renascimento, tudo será novo na vida do Iyàwó, ele receberá inclusive um nome pelo qual passará a ser chamado dentro da comunidade do Candomblé.
A feitura tem por início no recolhimento. São 21 (vinte e um) dias de reclusão e neste prazo são realizados banhos, boris, oferendas, ebós, todo o aprendizado começa, as rezas, as dança, as cantigas...
E feito a raspagem dos cabelos (orô) e o abiã recebe o oxu (representa o canal de comunicação entre o iniciado e seu orixá), o kelê, os delogun, o mokan, o xaorô, os ikan, o ikodidé. O filho de santo terá que passar agora por um ritual, onde terá seu corpo pintado com giz, denominado efun. Ele deverá passar por este ritual de pintura por 7 (sete) dias seguidos.
O abiã terá agora que assentar seu Orixá e ofertar-lhe sacrifícios de animais de acordo com as características de cada um. Feito isso ele passa a chamar-se Iyàwó.
A festa ritualística que marca o término deste período é denominado Saída de Iyàwó. Neste momento, ele será apresentado à comunidade, sendo acompanhado por uma autoridade à frente de todos para que lhe sejam rendidas homenagens.
Deitado sobre uma esteira, ele saudará com adobá e paó, que são palmas compassadas que serão dadas a cada reverência feita pelo Iyàwó e acompanhada por todos presentes, como demonstração de que a partir daquele momento ele nunca mais estará sozinho em sua caminhada.
Primeiramente saudará o mundo, neste momento a localização da esteira é na porta principal da casa. No seu interior, ele saudará a comunidade e por último, frente aos atabaques que representam as autoridades presentes. Neste primeiro momento o Orixá somente poderá dar o jicá. Só após a queda do kelê, o Orixá poderá dar seu ilá.
O momento mais aguardado do cerimonial é o orukó. Neste momento, o Orixá dirá o nome de iniciação de seu filho perante todos e também é neste momento que abre-se sua idade cronológica dentro de sua vida no santo.
Após a saída e depois dos 21 (vinte e um) dias de recolhimento, o Iyàwó permanecerá de resguardo até a queda de kelê, por um período de 3 (três) meses fora do barracão, neste período ele não poderá utilizar talheres para comer, deve continuar a se sentar no chão sobre a esteira durante as refeições, está proibido de utilizar outra cor de roupa que não o branco da cabeça aos pés, não poderá fazer uso de bebidas alcoólicas, cigarro. .. E nem tão pouco sair à noite. E até que se complete 1 (um) ano, seus preceitos continuarão.
Até que o Iyàwó complete a maior idade de santo, que é de 7 anos, com todas obrigações devidamente tomadas, terá que continuar dia a dia seu aprendizado e reforçar seus votos por meio das obrigações.
No candomblé, sempre estão presentes o ritmo dos tambores, os cantos, a dança e a comida (Motta, 1991). Uma festa de louvor aos Orixá (toque) sempre se encerra com um grande banquete comunitário (ajeum, que significa "vamos comer"), preparado com carne dos animais sacrificados.

O novo filho ou filha-de-santo deverá oferecer sacrifícios e cerimônias festivas ao final do primeiro, terceiro e sétimo ano de sua iniciação.
No sétimo aniversário, recebe o grau de senioridade (Ûgbïnmi, egbomi, que significa "meu irmão mais velho"), estando ritualmente autorizado a abrir sua própria casa de culto.
Quando o Ûgïnmi morre, rituais fúnebres
(
asèsè) são realizados pela comunidade para que o Orixá fixado na cabeça durante a primeira fase da iniciação possa desligar-se do corpo e retornar ao mundo paralelo dos deuses (Îrun) e para que o espírito da pessoa morta (egúngún) liberte-se daquele corpo, para renascer um dia e poder de novo gozar dos prazeres deste mundo

Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber, a outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo, esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.
A primeira fase da iniciação ou
feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem, salientando-se que todo o ritual da iniciação não é público. Salientando também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de odu ejé.
Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser
Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação, se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi

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