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quinta-feira, 23 de julho de 2009

IJEXÁ , NAGÔ

TUDO SOBRE O CANDOMBLÉ VITOR DE UMBARÁ É OMOJUBÁ MOTUMBÁ MEU PAI

Eu não sei fazer outra coisa a não ser viver pro SANTO MOTUMBÁ MEU PAI ...

Ijexá em português, Ijesha em inglês (escreve-se Ijesa na ortografia Yoruba), são um sub-grupo étnico dos Yorubas.

Nação Ijexá do Candomblé


Ijexá é uma nação do
Candomblé, formada pelos escravos vindos de Ilesa na Nigéria, em maior quantidade na região de Salvador, Bahia.
O
Babalorixá Eduardo de Ijexá foi o mais conhecido dessa nação. Como também o Babalorixá Severiano Santana Porto, ambos do mesmo orixá, Logum Edé.

Ritmo africano


O Ijexá resiste atualmente como
ritmo musical presente nos Afoxés.
O Ijexá, dentro do Candomblé é essencialmente um ritmo que se toca para
Orixás, Oxum, Osain, Ogum, Logum-edé, Exu, Oba, Oyá-Yansan e Oxalá.
Ritmo suave mas de batida e cadência marcadas de grande beleza, no som e na dança. O Ijexá é tocado exclusivamente com as mãos, os
aquidavis ou baquetas não são usados nesse toque, sempre acompanhado do (agogô) para marcar o compasso. O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.
O
Afoxé Filhos de Gandhi basicamente só toca Ijexá e assim ele se mantém vivo. Herança de África, viva aqui na Latinamérica.
Na música popular o ritmo se manifesta em gravações como ¨Beleza Pura¨ de
Caetano Veloso, ¨Palco¨ (versão do Acústico Unplugged) de Gilberto Gil, ¨É d´Oxum¨ de Gerônimo e Vevé Calazans, gravada por Gal Costa e por vários outros intérpretes da música brasileira. Presente também em uma música do DVD Jorge Vercilo ao vivo, no qual ele cita o ritmo. Pode se encontrar traços do ritmo em outra canções populares brasileiras, como "O que foi feito de vera, O que foi feito deverá" de Milton Nascimento.

Termos étnicos como nagôs, jejes, angolas, congos, fulas, representavam identidades criadas pelo tráfico de escravo, onde cada termo continha um leque de tribos escravizadas de cada região.
Nagô - adj. Nome que se dá ao iorubano ou a todo negro da Costa dos Escravos que falava ou entendia o
Ioruba. Migeod (The Langs, of West Afri. II, 360) assinala que nagô é nome dado, no Daomé, pelos franceses ao iorubano: do efé anagó.
Os portugueses construíram em 1498 o forte
São Jorge da Mina, ou Feitoria da Mina, ou Mina, no Gana, um posto estratégico na rota dos europeus ao litoral da África Ocidental, onde os cativos eram mantidos à espera de transporte para o Novo Mundo.
O tratado de paz de 1657 assinado pela
Rainha Nzinga Mbandi Ngola e a coroa portuguesa através da mediação do Papa Alexandre, encerrou a guerra no império do Congo e o tráfico escravista europeu na região.
No que se refere ao
Brasil, o tráfico irá paulatinamente se deslocar em direção a chamadas costa da Mina, onde se localizava o Império do Daomé e o reino de Ardra, vinculados ao império Oyo - Ioruba ou Nagô, segundo (Verger) no final do século XVII e início do século XVIII entre os anos de 1681 a 1710 um grande número de embarcações carregadas de fumo foram para Costa da Mina e Angola.
O fumo (
tabaco) da Bahia era muito apreciado pelos africanos. Esse fumo que era rejeitado pelos europeus que o achavam de má qualidade, era destinado aos traficantes de escravos e tornaria Salvador capital mundial do tráfico de escravos.
Introduzidas no
Brasil com a escravidão, as culturas africanas imprimiram, cada uma com suas peculiaridades e em diferentes graus, marcas profundas em quase toda a extensão da alma e do território brasileiro. E na Bahia essa presença - que se recria hoje em importantes instituições como as comunidades terreiro - é devida basicamente à cultura dos nagôs, que vinda da África Ocidental, foi entre o fim do século XVIII e o fim do século XIX, das últimas a serem escravizadas no Brasil.
Kètu, Egba, Egbado e Sabé são alguns dos segmentos nagôs que vieram para a Bahia provenientes da grande área iorubá que compreende sul e centro da atual República de Benim, ex-Daomé; parte da República do Togo: e todo sudoeste da Nigéria. E todos eles - com destaque para os Kètu contribuíram decisivamente para e implantação da cultura nagô naquele Estado, reconstituindo suas instituições e procurando adaptá-las ao novo meio, com o máximo de fidelidade aos padrões básicos de origem, fidelidade essa em parte facilitada pelo intenso comércio que se desenvolveu entre a Bahia e a costa ocidental da África durante todo o século XIX até os primeiros anos que se seguirem à Abolição.
Para entender o predomínio da etnia yorubá-nagô na Bahia é necessário recordar que, nas últimas décadas do tráfico negreiro, um enorme contingente de escravos dessa região foi trazido para
Salvador. Nesse momento, os núcleos familiares também não foram tão desmembrados como no início da escravatura, permitindo uma maior manutenção da cultura e dos costumes.
Nos dizeres de
Edison Carneiro, no clássico “Candomblés da Bahia”: "Os nagôs logo se constituíram numa espécie de elite e não encontraram dificuldade de impor à massa escrava a sua religião". E complementa: "Quanto aos negros muçulmanos (malês), uma minoria entre as minorias, que poderiam ser êmulos (rivais) dos nagôs, pelo seu sectarismo, afastavam não só os escravos como toda a sociedade branca". A própria Mãe Aninha Obá Biyi era filha de um casal de africanos da etnia grunci, os negros Aniyó e Azambiyó, mas fora iniciada no candomblé pelos nagôs da Casa Branca do Engenho Velho. A presença de Xangô, seu orixá, solidificou ainda mais as tradições iorubás em sua trajetória.

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